Mulheres pretas, pardas e indígenas são a
maioria entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que não trabalham
nem estudam no país, a chamada “geração nem nem”.
Cruzamento de dados
inédito feito pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a pedido da Agência Brasil,
revela que elas somam 2,2 milhões, ou seja, 41,5% desse grupo. Do total
de jovens brasileiros nessa faixa etária (27,3 milhões), as negras e
indígenas representam 8% - enquanto as brancas na mesma situação chegam a
5% (1,3 milhão).
Para o coordenador do levantamento, Adalberto Cardoso, que fez a
pesquisa com base nos dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), várias razões explicam o abandono da
educação formal e do mercado de trabalho por jovens.
Entre elas, o
casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a
família. Cerca de 70% dos jovens “nem nem” estão entre os 40% mais
pobres do país. A gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma
vez que mais da metade das jovens nessa situação têm filhos.
Além da gravidez, outro fator de peso para o abandono da escola, segundo
o pesquisador da Uerj, é a falta de perspectiva de vida de jovens
pretos, pardos e indígenas, maioria nas escolas públicas, em geral, de
menor qualidade. Ele acredita que o estímulo à educação é fundamental
para mudar a realidade desse grupo.
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