Em dois meses o nível
de água na represa da Itamacaoca já diminuiu cerca de quatro metros.
O baixo índice de chuvas, em 2011, aliado a forte estiagem
deste ano, está reduzindo drasticamente o nível da principal fonte de captação
do Sistema de Abastecimento de Água do município de Chapadinha, a represa da
Itamacaoca.
Responsável por 76,84% da produção de água no município, a
represa, segundo o gerente regional da Companhia de Saneamento Ambiental do
Maranhão (CAEMA),em Chapadinha, não é a única fonte de captação do sistema, que
também conta com a tomada subterrânea de água, por meio de três poços, dois
localizados no Campo Velho e, um no Areal.
Roberval Soares Lima, conta que a represa chegou a “sangrar”
no período de 2007 a 2010, em decorrência das frequentes chuvas que caíram na
época, mas, desde então, o baixo índice pluviométrico tem prejudicado a recarga
das nascentes que sustentam a Itamacaoca.
“Como a estiagem foi muito
grande de 2011 para 2012, as nascentes, que ficam em diferentes pontos perderam
a vazão, desde setembro de 2011, o nível da represa tem baixado
significativamente.”
Ainda de acordo com o gerente, a represa não encheu ao nível
confiável para garantir o abastecimento na cidade este ano, situação agravada
com a crescente demanda, que obriga a estação de tratamento a aduzir da
Itamacaoca, 24 horas, sem parar.
“Se a gente parar a estação, boa parte da
cidade, sobretudo, Bairros, como, por exemplo, Areal, COHAB, parte da Corrente
e Nossa Senhora Aparecida, Caterpiller e Terras Duras, ficarão altamente
prejudicados.”
O gerente alerta que essa prática está contribuindo para o
rebaixamento abrupto da represa que já se encontra em um nível bastante
preocupante, para ter uma ideia, em dois meses, o volume de água na Itamacaoca já
diminuiu cerca de quatro metros, sem falar, no risco de incêndio ao redor da
barragem, que já apresenta alguns focos, provocados pela vegetação seca,
resultante da forte estiagem.
“Temos agosto, setembro e outubro todinho e,
talvez só chova alguma coisa lá pra novembro, são três meses garantidos de
estiagem, se continuar da forma como está, com o nível da reserva tão baixo,
poderá haver um colapso na cidade”.
Para que o abastecimento de água no município não chegue a tal
ponto, a partir deste mês a Gerência Regional da CAEMA, em Chapadinha, vai
diminuir o ritmo de operação do sistema.
“A tendência a
partir de agosto é parar a estação às 23h e retornar às 5h da manhã, para dá um
descanso a represa, porque o volume de água que está sendo retirado da
Itamacaoca é maior que o fornecido pelas nascentes.”
Outro fator que está comprometendo o sistema de abastecimento,
em Chapadinha, segundo Roberval Soares, é o consumo irracional da água, nesse período.
“Eu peço a
contribuição da população, porque o poder público, sozinho, não tem como
resolver esse problema que, também é de ordem natural,” finalizou.
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