Do Blog Alexandre Pinheiro
Perguntar por que faltam ambulâncias em Chapadinha é tão importante quanto indagar porque tantos problemas de saúde não podem ser resolvidos aqui mesmo.
Em
entrevista ao blog a direção do HAPA afirmou que Chapadinha deve contar com
três ambulâncias. Suponhamos que por desleixo ou desvios duas delas quebrem ao
mesmo tempo? Alguém irá dizer – e com razão – que as ambulâncias que temos são
poucas e que cabe à prefeitura mantê-las em funcionamento. Mas fazendo especulação
mais azarenta: se tivermos 6 ambulâncias e desgraçadamente adoecerem
seguidamente 7 pessoas; para o sétimo enfermo nada adiantará a desculpa de que
as outras 6 ou mais ambulâncias estejam em viagem.
Eis
porque a ambulância capaz de salvar uma vida é a forma mais visível da tragédia
da saúde maranhense... Essa procissão de ambulâncias que vemos na estrada rumo
a São Luis é a prova da falta de resolução em nossas unidades de saúde.
O
próprio governo reconhece isso tocando um programa de construção de UPAS e
hospitais em várias cidades. Se há controvérsia quanto a capacidade de
manutenção de tais hospitais, a iniciativa assume o atraso do setor e faz
uma tentativa de acerto.
Em
Chapadinha o debate público tem apontado a prefeitura como única culpada pela
situação, praticamente isentando o governo do estado de sua
responsabilidade com a saúde da Região.
Sem
eximir
o poder municipal de suas falhas, a exclusão do estado das cobranças e
pressões tem dois motivos: o vínculo dos dois grupos majoritários com o
esquema
Sarney e a proximidade da eleição de prefeito. Nossos líderes políticos
não
ousam importunar o poder com tais anseios da população, ninguém
pergunta: "por que hospitais em toda parte menos aqui? e sempre é mais
fácil
jogar pedras na “Geni” municipal.
Enquanto
a pressão popular não chegar à esfera estadual, os problemas de hoje poderão
até produzir efeitos eleitorais. Mas ano que vem estaremos novamente contando
ambulâncias e procurando o culpado mais fácil para as mazelas da saúde.
Foto: Jornal Pequeno
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